quinta-feira, 6 de maio de 2010

Miserável II

se não cansar vocÊ,
se ocupe em reparar o olhar do miserável.
é um palco despido de qualquer cenário,
tanto necessário pra vida brilhar.

a sorte de berço
fincou no endereço
um selo perene de fardo e vagir,
mas peito distinto, de seu labirinto,
divaga inocente, teimando em fugir.

a marcha do infante
fomenta um levante
À porta do reino
rogando um vintém,
mas peito ordeiro,
de bom brasileiro,
definha, calado,
sem crer no desdém.

à luz do martírio,
consente o delírio
da morte ligeira
pôr fim a questão
mas peito sangrento,
tem fé de convento,
espera, do céu, em cima do chão.

se não cansar vocÊ...

abel puro

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