Registro da minha cam na canção "Bullet In The Head" do Rage Against The MAchine.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
O Cinéfilo: Amadeus
Amadeus é uma das películas mais brilhantes que já assisti, esta foi a terceira vez que assistí, um verdadeiro clássico do cinema mundial dos anos de 1980. Num ambiente de esnobismo, riquezas, invejas e paixões, é onde se desenrola a história de um músico talentoso, Antonio Salieri, compositor oficial da corte de Viena e um gênio, Wolfgan Amadeus Mozart, compositor que chega para criar óperas para a mesma corte, a relação entre estes dois é que gira o filme, visto que o talento fora de série do imaturo Mozart incomoda Salieri. Lindas composições, cenas emocionantes e engraçadas marcam esta belíssima película estrelada por F. Murray Abraham (Antonio Salieri) e Tom Hulce (Mozart), dirigido por Millos Formam. Vale a pena tirar do baú este belo filme.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
The Cranberries: Sensibilidade e Força
Nesta Sexta tive o prazer de acompanhar uma das bandas mais aclamadas dos anos 90, The Cranberrries, que fez apresentação única no Chevrolet Hall de Olinda. A banda irlandesa liderada pelos irmãos Hogan e com Dolores O'riordan no vocal fez belíssima apresentação, tocando seus clássicos e emocionado o grande público presente, "Animal Instinct", "Zombie", "Salvation", "No Need To Argue" e "Ode To My Family" foram algumas das pérolas tocadas pelo quarteto, que consegue equilibrar peso e suavidade ao longo do repertório, cantado divinamente pela talentosa Dolores.
8º Passeio da Pessoa Idosa
Venho cumprimentar a Prefeitura do Recife, que desde a primeira gestão do prefeito João Paulo (2001-2004) vem adotando políticas públicas específicas para grupos até então nao-contemplados (mulheres, homossexuais, negros...etc), hoje eu falo do segmento idoso, o qual tive oportunidade de participar como voluntário do 8º Passeio da Pessoa Idosa, no Veneza WAter Park de Paulista, na última quinta-feira. Além de usufruir das delícias do Parque Aquático, os idosos participaram de diversas atividades recreativas e educativas, com monitores da Assistência Social, Secretaria de Saúde e IESA, um dia proveitoso na qual os participantes puderam brincar, relaxar e gozar a sua saúde com muita disposição e alegria, vida longa e que cada vez mais se amplie e se aprimore as políticas afirmativas para os idosos.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Série Letras de Canções Que Marcaram: Ashes In The Fall
Canção: Ashes In The Fall
Compositor: Rage Against The Machine
"Cinzas No Desfiladeiro"
Milhares de mãos pressionam contra a janela de um mercado
Fantasmas do progresso
Caracterizando uma morte penosa
Se alimentando da própria fome
E encarando através de promessas
As comidas que aos poucos apodrecem em prateleiras
Milhares de indigentes num oasis
Que esconde os túmulos embaixo do morro do senhor feudal
Foram enterrados por terem bebido
A água do rio
Enquanto estavam amarrados
Em um poço vazio
Essa é o novo som
Do mesmo jeito que era o velho som
Do mesmo jeito das forcas frouxas
Espalhadas por todo o novo mundo
Escutem oque a canção facista:
"Peguem esperança aqui
Há guerra em todos os lugares
Vocês foram escolhidos
Essa terra é a de Deus
Logos todos nós estaremos livres
De toda essa impureza;
Sementes plantadas pelas
Mãos de nossos colonizadores"
Milhares de promessas
Começam a ruir
Assim como os bolsos
Dos reis do novo mundo
Como estomagos vazios
Na cidade de Appalachia
Foram os padres que f*deram vocês
Enquanto sussuravam coisas sagradas
Milhares de lágrimas foram transformadas em lanças
Afiadas pelo sofrimento
E bordadas virando suspensórios
Esperanças mortas nos escombros das fortalezas dos ricos
Levando hoje oque o amanhã não trará
Essa é o novo som
Do mesmo jeito que era o velho som
Do mesmo jeito das forcas frouxas
Espalhadas por todo o novo mundo
Esse é o novo Som
Do mesmo jeito que era o velho som
Agora olhe para as forcas
Espalhadas por todo o mundo em chamas
Não é engraçado a forma que portões de fábricas fecham
Enquanto os portões de escolas fecham
Enquanto os portões de cadeias se abrem
Para lhe comprimentar, como o Anjo da Morte
Não é engraçado a forma que portões de fábricas fecham
Enquanto os portões de escolas fecham
Enquanto os portões de cadeias se abrem
Para lhe comprimentar, como o Anjo da Morte
Essa é o novo som
Do mesmo jeito que era o velho som
Do mesmo jeito das forcas frouxas
Espalhadas por todo o novo mundo
Como cinzas no desfiladeiro
Compositor: Rage Against The Machine
"Cinzas No Desfiladeiro"
Milhares de mãos pressionam contra a janela de um mercado
Fantasmas do progresso
Caracterizando uma morte penosa
Se alimentando da própria fome
E encarando através de promessas
As comidas que aos poucos apodrecem em prateleiras
Milhares de indigentes num oasis
Que esconde os túmulos embaixo do morro do senhor feudal
Foram enterrados por terem bebido
A água do rio
Enquanto estavam amarrados
Em um poço vazio
Essa é o novo som
Do mesmo jeito que era o velho som
Do mesmo jeito das forcas frouxas
Espalhadas por todo o novo mundo
Escutem oque a canção facista:
"Peguem esperança aqui
Há guerra em todos os lugares
Vocês foram escolhidos
Essa terra é a de Deus
Logos todos nós estaremos livres
De toda essa impureza;
Sementes plantadas pelas
Mãos de nossos colonizadores"
Milhares de promessas
Começam a ruir
Assim como os bolsos
Dos reis do novo mundo
Como estomagos vazios
Na cidade de Appalachia
Foram os padres que f*deram vocês
Enquanto sussuravam coisas sagradas
Milhares de lágrimas foram transformadas em lanças
Afiadas pelo sofrimento
E bordadas virando suspensórios
Esperanças mortas nos escombros das fortalezas dos ricos
Levando hoje oque o amanhã não trará
Essa é o novo som
Do mesmo jeito que era o velho som
Do mesmo jeito das forcas frouxas
Espalhadas por todo o novo mundo
Esse é o novo Som
Do mesmo jeito que era o velho som
Agora olhe para as forcas
Espalhadas por todo o mundo em chamas
Não é engraçado a forma que portões de fábricas fecham
Enquanto os portões de escolas fecham
Enquanto os portões de cadeias se abrem
Para lhe comprimentar, como o Anjo da Morte
Não é engraçado a forma que portões de fábricas fecham
Enquanto os portões de escolas fecham
Enquanto os portões de cadeias se abrem
Para lhe comprimentar, como o Anjo da Morte
Essa é o novo som
Do mesmo jeito que era o velho som
Do mesmo jeito das forcas frouxas
Espalhadas por todo o novo mundo
Como cinzas no desfiladeiro
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Carta Aberta - Eleições 2010
Mais uma vez vivemos o clima intenso de campanha, esquentado pelo corriqueiro jogo sujo da turma do PSDB/DEM(PFL), que sempre apela para mentiras e baixarias nos ápices de campanhas em que estão em desvantagem. É sabido que o melhor candidato a presidente, para mim óbvio, foi eliminado no primeiro turno, Plínio de Arruda Sampaio, e que tenho diversas críticas aos governos petistas, mas nos encontramos neste momento diante uma escolha crucial: o tucanato-pefelista de um lado, representando o retrocesso, o conservadorismo doentio das classes dominantes(dos ricos, sim eles), com seu pseudo-moralismo, sim pseudo, pois são os mais sujos e mentirosos, esmagaram por séculos os negros, os índios, os pobres, os homossexuais e as mulheres, tudo em nome do Senhor, se enraizaram no poder poder político, perseguiram e mataram, perder espaço é inadmissível, entao apelam. Representam a intolerância contra os diferentes e comandam a ignorância dos despolitizados, usam a bandeira das religiões, comandadas por profetas do apocalipse com suas bíblias abarrotadas de reais e dolares enquanto os fiéis vivem nas favelas morrendo de fome, sim em nome do Senhor. Não conseguem coexistir com os diferentes e não admitem a ascensão das classes mais pobres, nunca admitiram um operário no poder, um nordestino sem casta, não admitem uma mulher (deve ser sapatão), eis o pensamento machista clássico. Do outro lado temos um projeto libertário, inclusivo, com foco direto nas camadas mais pobres, na emancipação das classes espoliadas historicamente, uma mulher como candidata (como isso afronta os setores mais conservadores), afinal, pra eles mulheres devem ser submissas e comandadas, um projeto que nos liberta do imperialismo ianque e nos aproxima dos nossos irmãos latinos, africanos e asiáticos, um projeto que nos apresenta políticas para grupos historicamente discriminados, inclusive e principalmente para os Pobres e é neste projeto que eu vou, no projeto humanista, socialista e libertário, que sem dúvida é o mais sensato para as mentes sensíveis e instruídas, Dilma Presidente.
por Uziel Carneiro
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
A Questão do Aborto e o Oportunismo Político
Várias discussões de ordem moral vieram à tona ao longo da atual campanha eleitoral para Presidente da República, dentre elas a questão do aborto, que diga-se de passagem já é aplicável através do Sistema Único de Saúde (SUS). Entidades religiosas manipuladas por correligionários tucanos-pefelistas resolveram transformar o aborto em objeto de campanha e o que eu digo é que opção pelo aborto é questão de humanismo e saúde pública, nao se trata de outra coisa. Imaginemos uma pessoa que sofre forte violência física (sexual) e psiquica e engravida desta violência, é humano obrigar esta pessoa a prosseguir uma gravidez tão traumatica? E se a vida da mãe estiver condicionada ao aborto, no caso de uma gravidez de altíssimo risco, é humano sacrificar a mãe? Se coloque no lugar da pessoa ou das famílias que passam por estes exemplos citados. Portanto é idiotice e desumanidade negar o aborto de forma absoluta, mas este expediente tem que ser disponibilizado de forma equilibrada como forma de respeito à mulher, tão sacrificada historicamente em nosso país. A coisa mais suja que existe é usar este estagio da eleição para desqualificar uma candidata, isso é coisa de tucano-pefelista mesmo, sempre jogando sujo pra ganhar, oportunismo político clássico.
Intelectualismo burro
Vivemos uma época em que cada vez mais pessoas no Brasil tem acesso ao meio acadêmico (Universidades), cada vez mais, mesmo que lentamente vem deixando de ser "coisa de elite" cursar nível superior, mas em contrapartida, será que os trabalhos da academia são voltados para a transformação da sociedade? será que as camadas mais pobres estão sendo beneficiadas da forma que deveria ser? Não! O que vemos é um total descompromisso dos universitários e dos recém formados (de uma forma geral) com a busca por uma sociedade mais justa e mais igual, utilizar o que aprendeu para beneficiar a maior parte da população, o que se vê é um forte egoísmo e individualismo, que se apresenta na Universidade e se consolida na carreira profissional, isso é o que se chama de intelectualismo burro, é quando o profissional não dedica o seu conhecimento aqueles que mais necessitam, limita o que aprendeu a ganhar dinheiro e vira as costas para os que mais precisam.
domingo, 17 de outubro de 2010
PT e PSDB, Considerações
http://www1.folha.uol.com.br/poder/815456-sociologo-e-fundador-do-pt-afirma-que-lula-e-mais-privatista-que-fhc.shtml
Por Uirá Machado - Folha.com
No começo de 2003, ano em que rompeu com o PT, o sociólogo Francisco de Oliveira, 76, afirmou que "Lula nunca foi de esquerda".
Agora, o professor emérito da USP dá um passo adiante e diz que Lula, mais que Fernando Henrique Cardoso, é "privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu".
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Na entrevista abaixo, Oliveira, um dos fundadores do PT, também afirma que tanto faz votar em Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB), analisa o papel de Marina Silva (PV) e critica a entrada do aborto no debate político pela ótica da religião.
Folha - Qual a sua avaliação sobre o debate eleitoral no primeiro turno?
Francisco de Oliveira - Fora o horror que os tucanos têm pelos pobres, Serra e Dilma não têm posições radicalmente distintas: ambos são desenvolvimentistas, querem a industrialização...
O campo de conflito entre eles é realmente pequeno. Mas, por outro lado, isso significa que há problemas cruciais que nenhum dos dois está querendo abordar.
Que tipo de problema?
Não se trata mais de provar que a economia brasileira é viável. Isso já foi superado. O problema principal é a distribuição de renda, para valer, não por meio de paliativos como o Bolsa Família. Isso não foi abordado por nenhum dos dois.
A política está no Brasil num lugar onde ela não comove ninguém. Há um consenso muito raso e aparentemente sem discordâncias.
Dá a impressão que tanto faz votar em uma ou no outro...
É verdade. É escolher entre o ruim e o pior.
Qual a sua opinião sobre a movimentação de igrejas pregando um voto anti-Dilma por causa de suas posições sobre o aborto?
É um péssimo sinal, uma regressão. A sociedade brasileira necessita urgentemente de reformas, e a política está indo no sentido oposto, armando um falso consenso.
O aborto é uma questão séria de saúde pública. Não adianta recuar para atender evangélicos e setores da Igreja Católica. Isso não salva as mulheres das questões que o aborto coloca.
O que significa a entrada desse tema no debate?
Representa o consenso por baixo devido ao êxito econômico. Essas posições conservadoras ganham força. Há uma tendência a todo mundo ser bonzinho. Nesse contexto, ninguém quer tomar posições consideradas radicais.
Com o progresso econômico, há um sentimento de conformismo que se alastra e se sedimenta, as pessoas ficam medrosas, conservadoras. Isso está ocorrendo no Brasil.
Gente da classe C e D mostra-se a favor de uma marcha de progresso lenta e contínua. Eles não querem briga, não querem conflito. Por isso o Lula paz e amor deu certo.
Se as pessoas tornam-se conservadoras, o que explica a divisão do Brasil quando considerada a votação de Dilma e Serra nos Estados?
É um racha. Significa que a questão da desigualdade regional ainda é muito marcante. Aliás, essa é outra questão que está fora da discussão. Os dois não querem abordar o tema. O que eles têm a dizer sobre os problemas regionais? O que fazer com as regiões deprimidas?
Por baixo disso tudo está a velha história de que São Paulo é uma locomotiva que puxa 25 vagões vazios.
Essa tensão existe. Esse desequilíbrio vai criando a sensação de que há um lado pobre e um lado rico. Como se houvesse um voto comprado, de curral eleitoral, e outro consciente. Há de fato uma fratura, e isso ressurge em períodos eleitorais.
Marina aparece como uma terceira força sustentável?
Acho que não. A ascensão dela se dá pela falta de radicalização dos dois principais, e a questão do ambiente é relativamente neutra. Não vejo eco na sociedade, a não ser de forma superficial. Não é um tema que toca nos nervos das pessoas. A onda verde é passageira.
O sr. foi um dos primeiros a romper com o PT, em 2003, e saiu fazendo duras críticas ao presidente. Lula, porém, termina o mandato extremamente popular. Na sua opinião, que lugar o governo Lula vai ocupar na história?
A meu ver, no futuro, a gente lerá assim:
Getúlio Vargas é o criador do moderno Estado brasileiro, sob todos os aspectos. Ele arma o Estado de todas as instituições capazes de criar um sistema econômico. E começa um processo de industrialização vigoroso. Lula, é bom que se diga, não é comparável a Getúlio.
Juscelino Kubitschek é o que chuta a industrialização para a frente, mas ele não era um estadista no sentido de criar instituições.
A ditadura militar é fortemente industrialista, prossegue num caminho já aberto e usa o poder do Estado com uma desfaçatez que ninguém tinha usado.
Depois vem um período de forte indefinição e inflação fora de controle.
O ciclo neoliberal é Fernando Henrique Cardoso e Lula. Coloco ambos juntos. Só que Lula está levando o Brasil para um capitalismo que não tem volta. Todo mundo acha que ele é estatizante, mas é o contrário.
Como assim?
Lula é mais privatista que FHC. As grandes tendências vão se armando e ele usa o poder do Estado para confirmá-las, não para negá-las. Então, nessa história futura, Lula será o grande confirmador do sistema.
Ele não é nada opositor ou estatizante. Isso é uma ilusão de ótica. Ao contrário, ele é privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu.
Essa onda de fusões, concentrações e aquisições que o BNDES está patrocinando tem claro sentido privatista. Para o país, para a sociedade, para o cidadão, que bem faz que o Brasil tenha a maior empresa de carnes do mundo, por exemplo?
Em termos de estratégia de desenvolvimento, divisão de renda e melhoria de bem-estar da população, isso não quer dizer nada.
Em 2004, o sr. atribuiu a Lula a derrota de Marta na prefeitura. Qual sua avaliação de Lula como cabo eleitoral de Dilma?
Ele acaba sendo um elemento negativo, mesmo com sua alta popularidade. O segundo turno foi um aviso. Há uma espécie de cansaço. Essa ostensividade, essa chalaça, isso irrita profundamente a classe média. É a coisa de desmoralizar o adversário, de rebaixar o debate. Lula sempre fez isso.
Como o sr. avalia as afirmações de que o comportamento de Lula ameaça a democracia?
Não vejo como uma ameaça. Mas o Lula tem um componente intrinsecamente autoritário.
Em que sentido?
Ele não ouve ninguém, salvo um círculo muito restrito, e ele tem pouco apreço por instituições.
Eu o conheço desde os anos de São Bernardo. Ele tem a tendência, que casa perfeitamente com o estilo de política brasileira, de combinar primeiro num grupo restrito e, depois, fazer a assembleia. Ele sempre agiu assim.
Não é pessoal, é da cultura brasileira, ele foi cevado nisso. Mas não que ele queira derrubar a democracia.
Isso é da cultura política em que ele foi criado: o sindicalismo, que é um mundo muito autoritário, muito parecido com a cultura política mais ampla. E ele se dá bem, sabe se mover nesse mundo.
As instituições de fato não são o barato dele. Mas ele não ameaça a democracia do ponto de vista mais direto nem tem disposição de ser ditador. Acho essas afirmações um exagero, uma maldade, até. Elas têm um conteúdo político muito evidente.
Agora, certa ala do PT, com José Dirceu... Esse tem projetos mais autoritários.
E essa ala ganharia mais força num governo Dilma?
Acho que não. Porque Lula vigia ele de muito perto. Lula não gosta dele [José Dirceu]. Tem medo, até, do ponto de vista político. Ele veio de outra extração, a qual Lula detesta. Uma extração propriamente política, de esquerda.
O sr. já disse que Lula havia matado a sociedade civil. O que pode acontecer num governo Dilma e Serra? Haveria diferença?
Os governos tucanos têm horror ao povo. Isso não é força de expressão. É uma questão de classe social.
Eles não têm contato com o real cotidiano popular. Eles não andam de ônibus, não têm experiência do cotidiano da cidade. Nem de metrô eles andam, o que é incrível.
A cidade é grande, tem violência, a gente sabe. Mas eles não sabem como é o transporte, como são os hospitais, as escolas públicas. Há uma fratura real, eles perderam a experiência do cotidiano real. E isso não entra pelas estatísticas, só pela experiência.
Por causa disso, o governo deles é sempre uma coisa muito por cima. Eles são pouco à vontade com o popular. Essa é a diferença marcante em relação a Lula.
Sobre Dilma eu não sei. Ela pode também sofrer desse mal.
Mas, do ponto de vista da evolução e da função dos movimentos sociais, qual dos dois é preferível?
Eis uma questão difícil. Os tucanos, com esse horror a pobre, tendem sempre a aumentar essa fratura, essa separação. Os tucanos não têm jeito...
Por Uirá Machado - Folha.com
No começo de 2003, ano em que rompeu com o PT, o sociólogo Francisco de Oliveira, 76, afirmou que "Lula nunca foi de esquerda".
Agora, o professor emérito da USP dá um passo adiante e diz que Lula, mais que Fernando Henrique Cardoso, é "privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu".
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Na entrevista abaixo, Oliveira, um dos fundadores do PT, também afirma que tanto faz votar em Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB), analisa o papel de Marina Silva (PV) e critica a entrada do aborto no debate político pela ótica da religião.
Folha - Qual a sua avaliação sobre o debate eleitoral no primeiro turno?
Francisco de Oliveira - Fora o horror que os tucanos têm pelos pobres, Serra e Dilma não têm posições radicalmente distintas: ambos são desenvolvimentistas, querem a industrialização...
O campo de conflito entre eles é realmente pequeno. Mas, por outro lado, isso significa que há problemas cruciais que nenhum dos dois está querendo abordar.
Que tipo de problema?
Não se trata mais de provar que a economia brasileira é viável. Isso já foi superado. O problema principal é a distribuição de renda, para valer, não por meio de paliativos como o Bolsa Família. Isso não foi abordado por nenhum dos dois.
A política está no Brasil num lugar onde ela não comove ninguém. Há um consenso muito raso e aparentemente sem discordâncias.
Dá a impressão que tanto faz votar em uma ou no outro...
É verdade. É escolher entre o ruim e o pior.
Qual a sua opinião sobre a movimentação de igrejas pregando um voto anti-Dilma por causa de suas posições sobre o aborto?
É um péssimo sinal, uma regressão. A sociedade brasileira necessita urgentemente de reformas, e a política está indo no sentido oposto, armando um falso consenso.
O aborto é uma questão séria de saúde pública. Não adianta recuar para atender evangélicos e setores da Igreja Católica. Isso não salva as mulheres das questões que o aborto coloca.
O que significa a entrada desse tema no debate?
Representa o consenso por baixo devido ao êxito econômico. Essas posições conservadoras ganham força. Há uma tendência a todo mundo ser bonzinho. Nesse contexto, ninguém quer tomar posições consideradas radicais.
Com o progresso econômico, há um sentimento de conformismo que se alastra e se sedimenta, as pessoas ficam medrosas, conservadoras. Isso está ocorrendo no Brasil.
Gente da classe C e D mostra-se a favor de uma marcha de progresso lenta e contínua. Eles não querem briga, não querem conflito. Por isso o Lula paz e amor deu certo.
Se as pessoas tornam-se conservadoras, o que explica a divisão do Brasil quando considerada a votação de Dilma e Serra nos Estados?
É um racha. Significa que a questão da desigualdade regional ainda é muito marcante. Aliás, essa é outra questão que está fora da discussão. Os dois não querem abordar o tema. O que eles têm a dizer sobre os problemas regionais? O que fazer com as regiões deprimidas?
Por baixo disso tudo está a velha história de que São Paulo é uma locomotiva que puxa 25 vagões vazios.
Essa tensão existe. Esse desequilíbrio vai criando a sensação de que há um lado pobre e um lado rico. Como se houvesse um voto comprado, de curral eleitoral, e outro consciente. Há de fato uma fratura, e isso ressurge em períodos eleitorais.
Marina aparece como uma terceira força sustentável?
Acho que não. A ascensão dela se dá pela falta de radicalização dos dois principais, e a questão do ambiente é relativamente neutra. Não vejo eco na sociedade, a não ser de forma superficial. Não é um tema que toca nos nervos das pessoas. A onda verde é passageira.
O sr. foi um dos primeiros a romper com o PT, em 2003, e saiu fazendo duras críticas ao presidente. Lula, porém, termina o mandato extremamente popular. Na sua opinião, que lugar o governo Lula vai ocupar na história?
A meu ver, no futuro, a gente lerá assim:
Getúlio Vargas é o criador do moderno Estado brasileiro, sob todos os aspectos. Ele arma o Estado de todas as instituições capazes de criar um sistema econômico. E começa um processo de industrialização vigoroso. Lula, é bom que se diga, não é comparável a Getúlio.
Juscelino Kubitschek é o que chuta a industrialização para a frente, mas ele não era um estadista no sentido de criar instituições.
A ditadura militar é fortemente industrialista, prossegue num caminho já aberto e usa o poder do Estado com uma desfaçatez que ninguém tinha usado.
Depois vem um período de forte indefinição e inflação fora de controle.
O ciclo neoliberal é Fernando Henrique Cardoso e Lula. Coloco ambos juntos. Só que Lula está levando o Brasil para um capitalismo que não tem volta. Todo mundo acha que ele é estatizante, mas é o contrário.
Como assim?
Lula é mais privatista que FHC. As grandes tendências vão se armando e ele usa o poder do Estado para confirmá-las, não para negá-las. Então, nessa história futura, Lula será o grande confirmador do sistema.
Ele não é nada opositor ou estatizante. Isso é uma ilusão de ótica. Ao contrário, ele é privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu.
Essa onda de fusões, concentrações e aquisições que o BNDES está patrocinando tem claro sentido privatista. Para o país, para a sociedade, para o cidadão, que bem faz que o Brasil tenha a maior empresa de carnes do mundo, por exemplo?
Em termos de estratégia de desenvolvimento, divisão de renda e melhoria de bem-estar da população, isso não quer dizer nada.
Em 2004, o sr. atribuiu a Lula a derrota de Marta na prefeitura. Qual sua avaliação de Lula como cabo eleitoral de Dilma?
Ele acaba sendo um elemento negativo, mesmo com sua alta popularidade. O segundo turno foi um aviso. Há uma espécie de cansaço. Essa ostensividade, essa chalaça, isso irrita profundamente a classe média. É a coisa de desmoralizar o adversário, de rebaixar o debate. Lula sempre fez isso.
Como o sr. avalia as afirmações de que o comportamento de Lula ameaça a democracia?
Não vejo como uma ameaça. Mas o Lula tem um componente intrinsecamente autoritário.
Em que sentido?
Ele não ouve ninguém, salvo um círculo muito restrito, e ele tem pouco apreço por instituições.
Eu o conheço desde os anos de São Bernardo. Ele tem a tendência, que casa perfeitamente com o estilo de política brasileira, de combinar primeiro num grupo restrito e, depois, fazer a assembleia. Ele sempre agiu assim.
Não é pessoal, é da cultura brasileira, ele foi cevado nisso. Mas não que ele queira derrubar a democracia.
Isso é da cultura política em que ele foi criado: o sindicalismo, que é um mundo muito autoritário, muito parecido com a cultura política mais ampla. E ele se dá bem, sabe se mover nesse mundo.
As instituições de fato não são o barato dele. Mas ele não ameaça a democracia do ponto de vista mais direto nem tem disposição de ser ditador. Acho essas afirmações um exagero, uma maldade, até. Elas têm um conteúdo político muito evidente.
Agora, certa ala do PT, com José Dirceu... Esse tem projetos mais autoritários.
E essa ala ganharia mais força num governo Dilma?
Acho que não. Porque Lula vigia ele de muito perto. Lula não gosta dele [José Dirceu]. Tem medo, até, do ponto de vista político. Ele veio de outra extração, a qual Lula detesta. Uma extração propriamente política, de esquerda.
O sr. já disse que Lula havia matado a sociedade civil. O que pode acontecer num governo Dilma e Serra? Haveria diferença?
Os governos tucanos têm horror ao povo. Isso não é força de expressão. É uma questão de classe social.
Eles não têm contato com o real cotidiano popular. Eles não andam de ônibus, não têm experiência do cotidiano da cidade. Nem de metrô eles andam, o que é incrível.
A cidade é grande, tem violência, a gente sabe. Mas eles não sabem como é o transporte, como são os hospitais, as escolas públicas. Há uma fratura real, eles perderam a experiência do cotidiano real. E isso não entra pelas estatísticas, só pela experiência.
Por causa disso, o governo deles é sempre uma coisa muito por cima. Eles são pouco à vontade com o popular. Essa é a diferença marcante em relação a Lula.
Sobre Dilma eu não sei. Ela pode também sofrer desse mal.
Mas, do ponto de vista da evolução e da função dos movimentos sociais, qual dos dois é preferível?
Eis uma questão difícil. Os tucanos, com esse horror a pobre, tendem sempre a aumentar essa fratura, essa separação. Os tucanos não têm jeito...
sábado, 16 de outubro de 2010
Los Hermanos - 15 de outubro - Recife
Rolou nesta última sexta no Centro de Convenções de Olinda, o show dos barbudos da banda Los Hermanos, com fila kilométrica na entrada e sufoco na saída, Centro muito lotado e um show perfeito, onde o vasto repertório da banda foi cantado em coro pelos velhos e novos fãs da banda, todos os clássicos cantados (exceção a "Ana Julia"), tocou músicas que curto bastante como "Pois é", "O Velho e o Moço" e "Do Sétimo Andar", valeu muito, vai pra galeria dos inesquecíveis.
Professores, Uni-vos!
Neste 15 de outubro, dia dos Professores, cabe mais uma reflexão sobre a situação desta categoria, em tese, uma das mais importantes para o desenvolvimento de uma nação, na prática uma das mais desvalorizadas e espoliadas. O fato é que os docentes no Brasil são extremamente mal-remunerados, além de contar normalmente com condições precárias de trabalho, mas isto se deve por culpa dos próprios profissionais que são desunidos e passivos, tornando qualquer luta ineficiente contra os donos de escola e o Governo. A solução que proponho, que não é nova, é a formação do Conselho Regional dos Docentes, que iria representar, colocar regras e requisitos para a atuação docente. Não é mais admissível pessoas sem formação em licenciatura lecionarem no ensino regular, por isso, é necessário a atuação de um Conselho forte e atuante, fiscalizador e acima de tudo apoiador dos profissionais, neste 15 de outubro fica a dica, Professores, Uni-vos.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Rage Against The Machine no SWU Music and Arts
O Show da minha vida, esperei por este show há no mínimo 15 anos, desde que vi os primeiros clipes na MTV e principalmente quando Daniel Juvenal conseguiu uma fita cassete do Live y Rare, lembro que ficamos brigando pra ver quem ficava primeiro com aquela relíquia. No último sábado (9 de outubro) a banda tocou no festival SWU, na Fazenda Maeda, interior de São Paulo, ao lado de outras atrações, mas pra mim, apenas o Rage Against The Machine importava. E os caras nao decepcionaram, com o seu poderoso repertório, iniciado com "Testify" e "Bulls On Parade", passando pelos superclássicos "Know Your Enemy", Bullet In The Head", "People Of The Sun" (dedicada especialmente ao Movimento dos Sem-Terra), "Freedom e "Killing In The Name". A banda fez um show perfeito, o ponto negativo ficou por parte da organização que fez com que o som falhasse duas vezes na canção "Township Rebellion". O Sonho se realizou, agora posso morrer feliz, fui a um dos shows mais explosivos que existe.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Rage Against The Machine - Freedom live 1994
à espera do SWU, video superclássico de "Freedom" - Rage Against The Machine, faltam 5 dias.
Tucanos e Petistas, Características dos Grupos Que Se Enfrentam no 2º Turno Presidencial
Após o primeiro turno da eleiçao nacional, para nós pernambucanos resta escolher o candidato a presidente no segundo turno, Dilma Roussef (PT) ou José Serra (PSDB), os demais cargos estão definidos. Para nós que fazemos parte da classe mais oprimida, alijada do poder desde sempre, temos a opção do retrocesso, com a turma do tucanato-pefelista, que saqueou e endividou o país, reforçou a subserviência ao império estadunidense e praticamente promoveu crescimento economico zero em oito anos de governo FHC, governo das elites, ligadas aos donos dos meios de produção, eis o que representa o candidato Serra, queridinho da classe elitizada e conservadora. A outra opção é menos conservadora, representa um projeto político social-democrata como o anterior, porém como respingos da origem socialista petista, diversificou a matriz exportadora do país, reativou o setor produtivo, investiu mais nas camadas mais pobres e nos apresenta um modelo de sociedade menos preconceituoso e mais antenado com a dinâmica dos países ocidentais de combate aos preconceitos contra as minorias. Não tenho dúvida das limitações dos petistas para promover uma sociedade verdadeiramente justa e equilibrada, mas tenho muito mais certezas da incapacidade e falta de vontade política dos tucanos para isso, são reprodutores de desigualdade por natureza, por isso, Dilma é de longe a melhor opção para o país, dentre as que sobraram.
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