foto: distúrbios na Ucrânia
Desde junho do ano passado uma série de manifestações tomou conta das ruas brasileiras, o conservadorismo e a mídia trataram logo de tentar criminalizar as manifestações, atribuídos inicialmente a grupos radicais de esquerda, mas com a intensificação dos levantes e a entrada de estudantes e protestantes de classe média, a mídia e a sociedade passaram a exaltar as chamadas manifestações pacíficas, como se estas tivessem algum resultado prático.
Com o surgimento de protestos nos últimos meses na Ucrânia, vemos olhares diferentes da 'grande imprensa' e dos setores conservadores brasileiros. Na Ucrânia a visão é de que a população não aceita a parceria firmada pelo primeiro ministro Azarov com a Russia 'comunista' e deseja a parceria com a União Européia liberal, esta insatisfação justifica o levante popular que defende a deposição do Presidente Ianukovitch. A violência policial é inaceitável e choca o conservadorismo nacional. No Brasil a violência policial é o remédio contra os manifestantes e black blocs? O conservadorismo usa dois pesos e duas medidas.
Na Venezuela líderes oposicionistas convocaram a população contra o governo eleito democraticamente, agregando insatisfações como a crise econômica e social que passa o país. O governo do Presidente Nicolás Maduro reprimiu os protestos e a 'grande imprensa' condenou veementemente a repressão da ditadura chavista contra os manifestantes que desejam uma Venezuela livre. Mas a libertação política e econômica da Venezuela é justamente o legado do 'Chavismo', mas a imprensa golpista que apoiou o golpe contra o então presidente Hugo Chavez em 2002 perdeu a concessão pública e chama isto de censura.
A questão é, só no Brasil que os manifestantes são baderneiros? A lei antiterrorismo empregada pelo governo ucraniano foi muito criticada pela imprensa brasileira, mas a versão nacional da aberrante lei foi noticiada como uma resposta do governo aos agressivos black blocs terroristas, mais uma vez a mídia e o conservadorismo empregam dois pesos e duas medidas.
Para o conservadorismo nacional, manifestante internacional é aquele cara que sabe os seus direitos, busca e briga por eles, são inteligentes e ativos, em contrapartida, os manifestantes brasileiros são pobres alienados esquerdistas que desejam implantar uma ditadura comunista ao estilo cubano.
Uziel Carneiro
Para o conservadorismo nacional, manifestante internacional é aquele cara que sabe os seus direitos, busca e briga por eles, são inteligentes e ativos, em contrapartida, os manifestantes brasileiros são pobres alienados esquerdistas que desejam implantar uma ditadura comunista ao estilo cubano.
Uziel Carneiro
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