Não ando mais assistindo os noticiários da "grande mídia" televisiva com frequência, mas às vez me impregno nesta difícil missão. A última grande tragédia, a dos deslizamentos de encosta na região serrana do Rio de Janeiro, me causou náuseas a cobertura dos grandes veículos de informação, transformando em novelinhas individuais as vidas das diversas vítimas da tragédia, enfatizando a dor, o sofrimento pela perda de parentes e propriedades, ou alegria pela sobreviência própria e de familiares, ressaltando as medidas governamentais paliativas ou de celebridades e anônimos, transformando num grande show, uma das maiores tragédias já vistas aqui em terra brasilis. E as discussões na busca pela causa da tragédia, suas origens, a busca das soluções estruturais, que passa pela urgente reforma urbana nos grandes e médios centros urbanos? Não, isso não trás audiência, discutir modelos de remoção de contingentes populacionais pobres das áreas de risco para áreas seguras, discutir os efeitos da urbanização predatória, da falta de planejamento dos órgãos governamentais e da ganância por capital dos grandes e médios capitalistas, não, isto não interessa para a mídia, o que vale é o show, é chocar, é causar comoção, é espetacularizar a vida, por isso que minhas consultas à mídia de massa cada dia se escasseia, pois não vejo a vida como um grande show armado por meia dúzia de irresponsáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário