sexta-feira, 18 de junho de 2010

Eu e Deus


Nesta postagem falarei da minha relação com a religião e com Deus, que vem desde a infância, graças a minha querida voinha paterna. Como a maioria dos ocidentais, ricos ou pobres, somos automaticamente ao nascer obrigados a aceitar a existência, o poder e a providência divina de Deus e da religião cristã, dominada aqui em terra brasilis por católicos e protestantes. No caso da minha família, total influência protestante, representada pela presença nos cultos da Assembléia de Deus, ramo do protestantismo no Brasil, considerado um dos mais "conservadores". Desde menino sempre levado pelos meus pais, minha voinha ou minha tia, fazia-me presente nos cultos da Assembléia, algo que na verdade nunca me empolgou, mas comparecia como um dever divino, tanto na imponente igreja da Avenida São Sebastião quanto na garagem da casa da minha voinha, estava lá presente, com muita fé em Deus. Com o afastamento dos meus pais, passei a comparecer apenas aos cultos na casa de voinha, mas logo deixei, e fazia visitas a igrejas protestantes menos conservadoras, como a Batista. Me empolgava, verdadeiramente, mais em paquerar as meninas que assistir aos cultos, creio que o normal para a maioria dos adolescentes que frenquentam. Por volta dos 15 anos comecei a entrar em contato com literaturas e sons revolucionários, notadamente o som do Rage Against The Machine e um pequeno livro com a história de Che Guevara. Aquilo, aparentemente inofensivo me apresentou oficialmente às mazelas da sociedade em que vivemos, em que sempre vivi, mas nunca havia um entendimento macro disso, Che e o Rage me mostraram isso: a miséria na áfrica, na américa latina, as desigualdades, a alienãção, etc. Logo viria outro livro sobre Karl Marx, a religião já me parecia algo fora da realidade e repulsiva, o nojo pelo catolicismo inquisidor e pelo protestantismo capitalista, estas idéias se consolidariam com as Leituras de Max Webber, Marx, Lenin e Mao Tse Tung. Passaria o resto da minha adolescência incrédulo com as religiões, participando apenas por diversão e nunca por crença. A outra literatura que irá consolidar a minha rejeição à religião e consequentemente ao seu Deus será Friedrich Nietszche e os clássicos "Assim Falou Zaratustra e "O Anticristo". No início da fase adulta, indignado com as injustiças e desigualdades do mundo, esta literatura me fará ver que a existência de um Deus nos moldes cristão e muçulmano é irracional e falho. Daí no início da fase adulta, já não existe mais possibilidade de crença nestas fantasias e mentiras, seja do cristianismo ou do islamismo, ambas fantasiosas e mentirosas, com seu falso Deus, com suas fantasiosas histórias de criação relatadas em livros chamados de bíblia, exaltando seus profetas, grandes revolucionários, seres humanos. Quanta contradição encontrada nestas bíblias, quanto ódio, quanto amor, nada divino, simplesmente humano.

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